sexta-feira, 17 de julho de 2015

Princesinha de vidro

As águas mais límpidas estão nos poços mais profundos...
Cave... cave mais fundo. Não pense. Desça...
Não se incomode com o silêncio, ele será sua canção de ninar..
-*-
Pequena princesinha de vidro, não fique com medo de se quebrar...
Desça mais... deixe-se envolver pela escuridão, busque sua fonte mais pura.
O caminho, ninguém conhece, ninguém pode te ajudar...
-*-
Não chore, pequenina, esses machucados serão sua coroa...
Seque suas lágrimas e continue.. consegue escutar o som das águas correndo?
Lembre-se do que te trouxe aqui... Não desista, não fuja, você sabe que precisa disso. Essa jornada é só sua, só você pode concluir.
-*-
No mais profundo silêncio, na mais negra escuridão você vai achar o que precisa, você vai renascer e carregar com orgulho as cicatrizes do caminho... você vai encontrar sua força e descobrir que nada pode te machucar. Nada vai te machucar de novo...
-*-
O medo é uma fraqueza. Quebre-se, princesinha, mostre o que há por baixo. Não pense na dor, saboreie cada instante imerso nela. Sinta essa dor em cada um dos seus ossos. Faça dela sua chama. Purifique-se.
-*-
No final do caminho, mergulhe no vazio profundo, lave-se com suas águas mais puras, mais calmas. Sinta-se adormecer, amortecer, renascer...
-*-
... jogue fora sua máscara, pequenina, não esconda seus olhos... levante-se. Forte. Fria. Renascida. Rainha do seu próprio mundo. Aquela que governa, que decide, que julga.

Incontestável. Rainha de Espinhos.