segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Doces sonhos

Doces sonhos são feitos disso. Todos estão à procura de algo, ninguém consegue achar o que quer, mas todos têm algo que o outro procura.
Doces sonhos promovem isso. Alguns querem nos usar, outros querem ser usados por nós. Sem moralismo, sem culpa.
Doces sonhos produzem isso. Todos tentam escapar, mas não tentam evitar. Todos tentam fugir, mas não saem do lugar.
Doces sonhos acabam assim. Quem somos nós para discordar? Todos esperam a melhor chance. Pense uma vez, nunca pense duas, arrisque-se e jogue os dados.

sábado, 25 de setembro de 2010

Felicidades e antifelicidades (2005)

A vida e a morte iminente
Os momentos e as lembranças
A conquista e a perda
O perdão e o orgulho
A honestidade e a falsidade
O amor e a solidão
A vitória e a fama
O agir e o pensar
A esperança e a desilusão
O recomeço e a derrota
A decisão e a dúvida
A certeza e o medo
A tranquilidade e o desespero
A calma e a angústia
A chuva e o choro...

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Não é justo?

A guerra está acabada, mas há um tempo para a raiva, a última ferida ainda sangra... O destino não foi capaz de impedir, nem de fazer acontecer. No final, tudo sempre esteve por nossa conta, nós somos os culpados, nós merecemos a punição. A última ferida ainda sangra, porque procurar uma nova? Porque temos uma nova? Porque as coisas simplesmente não acontecem de uma maneira branda, devagar? Porque tudo tem que ser tão brusco, tão rápido, e ainda assim tão simples? Simplesmente o que não esperávamos. As perguntas são inevitáveis, os fatos não ajudam, não temos uma única saída, estamos em um labirinto fechado. Porque parece que cada vez mais as risadas aumentam? Porque o mundo parece se distorcer? Porque tudo se derrete, se mistura, formando um triste mundo colorido? Porque isso sempre se repete? A lição já foi aprendida. Nós sabemos quem somos, sabemos o que queremos, lutamos por uma chance, não estamos fugindo. Não é justo? A última ferida ainda sangra, não queríamos uma nova, não mesmo. O tempo da raiva chegou, mas não foi o suficiente. O que vem agora?

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Fora da vida

Fora de órbita... fora de ordem... fora de foco. Quando se espera muito, quando não se recebe nada, quando se perde o objetivo. Não há mais o que procurar, qualquer busca se torna sem sentido, sem nexo, desnecessária. Não há porque lutar, onde está o prêmio?
A vida fica morna, o comodismo lhe cai bem, é tão confortável quando se sabe reprimir tão bem o que se sente. Fazer de conta que não machuca é mais fácil do que curar. Esticando retalhos para cobrir buracos, às vezes eles acabam se partindo ao meio, e o retalho fica ainda menor.
Olhando ao redor, só olhando, sem ver, quando não se recebe nada, quando se espera muito, o mínimo se torna o paraíso, olhar basta, não precisa ver, não precisa identificar, não precisa possuir, apenas imagens correndo.
Fora de órbita... fora de ordem... fora de foco... Apenas vivendo... fora da vida.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Acorde!

Acorde! Penteie o cabelo e ponha um pouco de maquiagem. Esconda suas cicatrizes com uma dose de mentiras. Olhe-se no espelho e perceba que você sequer reconhece o que há por trás dos seus olhos.
Saia! Ande pelas ruas com sua melhor máscara. Finja que tem compromissos importantes. Simule diálogos irreverentes. Invente desculpas.
Volte! Corra como se alguém te esperasse. Se prepare para um evento especial. Sorria como um bobo.
Acorde! Admita a solidão.Adapte-se à realidade. Supere o vazio e não lamente o seu dia.
Porque todos queremos escolher. Sempre querendo jogar, mas nunca querendo perder.

domingo, 9 de maio de 2010

Diferente das outras

Sem culpa, ela está destinada a ser protegida, mas não há quem reacenda a chama em seu coração. Sem sangue, mas não há ninguém aqui por ela, ninguém ao seu lado, o mundo à abandonou... Ela deveria ter visto que seria desse jeito, ela deveria saber que acabaria assim. Quando você ama e perde, entende como é se sentir vazio.
Ela está indo embora, deixando este mundo. Flutuando como uma pluma, ela não é como as outras garotas. Ela vive nas nuvens e conversa com os pássaros, pequena desesperançosa, ela não é como as outras garotas.
Sem mais vergonha, ela já sentiu muita dor, em sua mente ela repete as palavras: 'todo amor que você demonstrou um dia voltará para você'.
Ela construiu o seu castelo e dele governa seu reino vazio. Ela não é como as outras garotas.
Ela canta palavras devoradas pelo vento, e espera uma resposta que nunca chegará. Ela não é como as outras garotas.
Sem mais tristeza, ela já consegue erguer a cabeça e fitar a imensidão... Sem amor, ela se esconde atrás das sombras da devoção...
Ela está indo embora, deixando este mundo. Flutuando como uma pluma, ela não é como as outras garotas...
*releitura da música 'Not like the other girls'

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Tarde demais

'Amanhã pode ser tarde demais...' Muitos falam, poucos seguem os princípios implícitos nessa frase que já está tão 'gasta'. É tão comum escutarmos pessoas dizendo que temos que 'viver intensamente', para 'não deixar para amanhã o que podemos fazer hoje', que a vida só se vive uma vez... Pessoas que afirmam não estarem arrependidas de nada do que tenham feito e defendem essa posição com unhas e dentes. Mas se isso fosse verdade porque vemos tantos medrosos, tantas pessoas que acham mais fácil ignorar e evitar uma outra pelo único motivo de terem medo do que vai acontecer depois. Pessoas que têm tanto medo de não viver que acabam perdendo tempo tentando forçar uma realidade longe do natural. Viver é acumular experiências e não fugir delas. É entender que as pessoas são únicas e que se aprende uma coisa nova com cada uma. É ter certeza que tudo pode ser diferente se você apenas decidir se arriscar. É se arrepender sim de eventuais falhas, mas não deixar que o remorso afete o que você tem pela frente.
Não existe um jeito certo de viver, não existe uma regra pra se 'viver intensamente', só existe o caminho... para frente...vivendo...antes que seja tarde demais.

quinta-feira, 18 de março de 2010

A espera...

Quando não há mais ninguém por perto... quando não se consegue mais derramar uma gota sequer do mais sincero choro... quando não se sabe ao menos o porquê de tamanho descaso... quando ninguém quer explicar... quando não há forças ou vontade continuar... quando o antigo 'eu' se perdeu e o novo 'eu' ainda não surgiu...
Não sabemos ao certo quem somos, não sabemos como devemos nos sentir. Flutuando acima da realidade procuramos alguma parte perdida de nós mesmos, flutuamos... leves e ao mesmo tempo pesados, nossa mente quer voar para longe do sofrimento, mas o coração diz 'enfrente, reaja, não se deixe levar para lugares tão distantes, não perca o caminho de volta'...
Queremos nos reconstruir, recriar o que se perdeu, mas não conseguimos olhar pra trás e sem fazê-lo não temos ânimo de ir em frente.
Temos vontade de fugir, deixar que o tempo nos preencha com alguma coisa, deixar que caminhos desconhecidos nos dêem a sensação de viver. Não queremos uma consciência vítima de uma dualidade, que nos incrimina logo após ter nos julgado inocentes, mas não queremos a ausência de sentimentos, o vazio, o torpor...
Quando o antigo 'eu' se perdeu e o novo 'eu' ainda não surgiu...

domingo, 14 de fevereiro de 2010

Pequenas coisas

Coisas ruins acontecem a todo instante, não podemos evitar. Não existe uma maneira de não permitir que pessoas nos magoem, faz parte da vida. Temos a tendência de exigir a completa e mais perfeita felicidade mas ignoramos o fato de que não existe perfeição em parte alguma do mundo. Todos nós temos defeitos, dificuldades e limitações, mas isso jamais vai ser impedimento para se alcançar o equilibrio, a felicidade. Gostamos tanto de dar atenção aos eventos grandes e ruins, às decepções que tanto nos ferem e não atentamos para aquelas pequenas coisas, que uma vez já mudaram nosso dia, nos emocionaram, evidenciaram o que uma pessoa tem de melhor dentro de si. São elas que ilustram o caráter, exteriorizam aquilo que é mais dificil de se demonstrar, o que realmente se passa dentro de nós. Sem mentiras, sem fingimento, é a verdade expressa na sua mais simples forma.
Por mais que discórdias, mal entendidos ou grandes erros aconteçam, são as pequenas coisas que nos levam de volta. Sabemos que não é certo, mas parece tão injusto que elas nos infuenciem tanto, a ponto de esquecermos qualquer coisa que tenha nos deixado de alguma forma, mal.
Elas são nosso remédio, pequenas doses de pequenos gestos que muitos achariam insignificantes, mas que pra nós, que fomos moldados pela vida a socos e pontapés, valem o peso do mundo em ouro.
Não, não é uma questão de tolerar as maiores injustiças esperando no futuro receber migalhas de algo bom. É uma questão de valorizar aquilo que nos faz bem, e deixar que os desaforos dessa vida cuidem de si.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

A boa e velha conversa

Nem sempre as palavras expressam aquilo que nós gostaríamos de dizer. Quando pensamos na capacidade da nossa mente, na magnitude do raciocínio humano, percebemos como nosso vocabulário é limitado. Percebemos como somos extremamente dependentes de nossa expressão corporal. Somos dotados de talentos incríveis, que por vezes não acompanham a linguagem escrita por ser esta demasiada obsoleta. Queremos expressar nossas conquistas e nos vemos limitados por palavras tão 'pequenas' e 'pobres', com significados tão vazios, que nos questionamos porquê usar palavras definidas por alguém que jamais teve as mesmas experiências que nós tivemos. Será que nos tornamos tão complexos a ponto de não conseguirmos nos comunicar através de meras palavras? Ou será que nos deixamos levar pela 'modernização', excluindo de nossas vidas a boa e velha conversa 'cara a cara', nos restringindo a um mundo de 'longas distâncias'? Mundo este onde não temos o apoio de nossas expressões e gestos, que otimizariam em muito nossa relação com as pessoas que nos cercam.
Porque será que nem sempre as palavras expressam aquilo que gostaríamos de dizer? Nos cansamos de ouvir que "um gesto vale mais que mil palavras" e ainda temos dúvida quanto a resposta para isso. E se tomamos isso como verdade, que diriamos quanto a um gesto e uma palavra utilizados em conjunto... o mundo teria um colapso....

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Tentativas

Me perdoe por começar com isso tudo. Mas a ninguém pode ser vetado o direito de sonhar. As coisas que eu queria dizer se perdem antes mesmo que eu consiga formula-las, e eu não consigo te explicar, espero que com o tempo, as ações possam falar aquilo que as palavras não conseguiram dizer.
Todos somos sonhadores natos, uns têm sonhos mais ambiciosos, outros se contentam com as coisas simples da vida. Todos procuramos avidamente por alguém que possa realizá-los, alguns procuram bem longe, outros simplesmente abrem seus olhos e começam a perceber quem está a sua volta. Temos a sensação de que se procurarmos longe teremos uma recompensa maior, nosso esforço será reconhecido. Sofremos com a caminhada e por vezes gostamos disso. Gostamos da ideia de nos martirizarmos por aquilo de tal maneira que paramos de procurar pelo que realmente interessa. Tudo o que precisamos pode estar ao nosso lado, é uma questão de olhar em todas as direções, de saber reconhecer nosso sonho quando olhamos para ele, de descobri-lo dentro de alguém. Não precisamos de uma longa jornada para uma grande realização, precisamos sim é de percepção e sensibilidade. Ser sensível é ser capaz de ver com nitidez o que pra muitos passaria despercebido, é aproveitar oportunidades mascaradas de pequenas possibilidades.
Todos somos sonhadores natos, a diferença é que poucos são corajosos o suficiente para se arriscar a realizar seus sonhos. Fazendo coisas que normalmente não faziam, procurando em lugares que antes nem olhavam, confiando inteiramente em alguém depois de ter sido completamente enganado por outro, é assim que conseguiremos... a tentativa aumenta a probabilidade. Tudo é uma questão de tentar...