quarta-feira, 20 de maio de 2015

Segunda, 19 de maio de 2008
Horário: 12:50
Local: Praça Saens Pena (não sei colocar ~ no 'n' então vai ficar assim mesmo...)


Fazia muito calor naquela segunda-feira fatídica... eu, com muuuito sono, caminhava para o ponto do ônibus afim de esperar pelo tão sonhado "Útil" que me levaria ao meu destino final... minha casa, meu sofá, meu sono... Caminhávamos a passos vagarosos em meio aquela multidão de pessoas e papéis de "dinheiro fácil"... Já era perto de 13h então era de se esperar que a fome batesse a qualquer momento. E foi quando eu passei por um carrinho de pipocas que ela despertou em mim... Não resolvi parar de imediato, depois de ter chegado ao ponto do ônibus foi que decidi que deveria ir até aquele carrinho e comprar pipoca doce. Compartilhei minha idéia com meus amigos, e fui apoiada. Então, lá fui eu, ao encontro das pipocas, durante o trajeto pensava...'Será que tem leite condensado...?'.
Parei em frente ao carrinho mas a senhora, que mexia a pipoqueira, não percebeu a minha presença. Dei a volta e disse: "Oi...?!", ela me olhou sorridente..." Pode falar." Como todo cidadão brasileiro que tem problemas com as finanças, perguntei o preço antes de pedir as pipocas, até porque no meu bolso só tinha R$1,50..."Tem de 'um' e tem de 'dois'"..."Vou querer uma pequena..." Foi então que o inédito aconteceu...Quando pedi a pipoca a senhora olhou para mim com um ar de intriga... olhou para a pipoqueira que mexia incessantemente e voltou a olhar pra mim..." Ih menina... eu 'tô' fazendo a 'doce', não posso parar de mexer não... mexe aqui pra mim enquanto eu pego sua pipoca"... Olhei para a mulher, olhei para o metal que saía de dentro da panela sem nenhuma proteção contra o calor e pensei..."Vou me queimar com certeza...". A mulher por sua vez, ainda mexia e agora tinha aberto um espaço para que eu me aproximasse e assumisse seu posto... Relutante, encostei no carrinho e comecei a mexer a pipoqueira, que por incrível que pareça, não estava tão quente... Por outro lado, o vapor que escapava da panela era insuportável... E eu debaixo do sol... Perto de 13h... Quando ela terminou de encher o saquinho "feito com carinho" perguntou: " Quer leite?", a resposta era óbvia: "Quero!". Quando eu pensava que poderia finalmente desfrutar daquelas maravilhas doces encostou no carrinho um homem gordo e sem camisa, uma senhora e uma menina... Pediu uma pipoca para a criança... A mulher, confusa, me olhou (eu ainda mexendo a pipoqueira) olhou para o homem, olhou para a minha pipoca pronta para ser entregue, voltou a olhar para o homem e então, com os olhos semi-arregalados perguntou: "Quem vai mexer a pipoqueira?"