terça-feira, 14 de abril de 2009

Perdão.

Perdoe-me. Perdoe-me se tenho sido impaciente, se tenho pressionado uma realidade que se recusa a existir. Perdoe-me se tenho sido distante, preferindo estar sozinha com meus devaneios à encarar a vida como ela é, ou deva ser. Perdoe minha tristeza que por vezes parece infundada, mas que por tras mostra-se com causas bem sólidas. Perdoe minha incapacidade de demonstrar o que realmente se passa, perdoe se não consigo ser quem eu sou quando não há ninguém por perto. Perdoe meus desejos egoístas que turvam minha visão e obscurecem meus propósitos. Perdoe minha visível incoerência de sentimentos, é difícil parecer forte quando se está despedaçada, o resultado nem sempre é convincente, mas confuso. Perdoe minhas tentativas fracassadas de fingir indiferença ante a fascinação entalhada no meu rosto. Perdoe-me se tenho sonhado demais. Perdoe cada palavra, cada atitude não condizente com a expectativa. Perdoe a fraqueza exposta em cada frase não dita. Perdoe meu silêncio, perdoe tambem meu desabafo...


“Perdoe-me estas lágrimas, perdoe-me meus inúteis anseios...”
(Os sofrimentos do jovem Werther-Goethe)