quinta-feira, 18 de março de 2010

A espera...

Quando não há mais ninguém por perto... quando não se consegue mais derramar uma gota sequer do mais sincero choro... quando não se sabe ao menos o porquê de tamanho descaso... quando ninguém quer explicar... quando não há forças ou vontade continuar... quando o antigo 'eu' se perdeu e o novo 'eu' ainda não surgiu...
Não sabemos ao certo quem somos, não sabemos como devemos nos sentir. Flutuando acima da realidade procuramos alguma parte perdida de nós mesmos, flutuamos... leves e ao mesmo tempo pesados, nossa mente quer voar para longe do sofrimento, mas o coração diz 'enfrente, reaja, não se deixe levar para lugares tão distantes, não perca o caminho de volta'...
Queremos nos reconstruir, recriar o que se perdeu, mas não conseguimos olhar pra trás e sem fazê-lo não temos ânimo de ir em frente.
Temos vontade de fugir, deixar que o tempo nos preencha com alguma coisa, deixar que caminhos desconhecidos nos dêem a sensação de viver. Não queremos uma consciência vítima de uma dualidade, que nos incrimina logo após ter nos julgado inocentes, mas não queremos a ausência de sentimentos, o vazio, o torpor...
Quando o antigo 'eu' se perdeu e o novo 'eu' ainda não surgiu...