terça-feira, 19 de maio de 2009

Jogo da verdade

O jogo começou... O que antes era especulado, pensado, avaliado agora já não importa mais... É fácil pensarmos em estratégias e planos quando somos meros observadores mas, uma vez dentro, não há saída senão deixar que o instinto nos diga o que fazer. Tentamos nos lembrar dos passos a serem seguidos, dos erros que jamais poderiam ser cometidos, nos vemos as voltas com as regras que antes não pareciam influenciar tanto e que agora nos deixam cada vez mais próximos do desespero. Corremos de um lado para o outro, mergulhados no consciente vazio da mente, aflitos, perdidos num labirinto sufocante onde cada esquina nos remete a infindáveis perguntas que não sabemos ao certo se queremos a resposta. Fazemos investidas fracassadas, nos expondo cada vez mais, trêmulos num misto de ansiedade, pavor e prazer. Sacrificamos peças cruciais, descartamos curingas, pagamos pra ver nossa derrota. E como se não bastasse, nos damos conta de cada erro segundos após tê-los cometido, tornando o jogo uma dança sobre pregos, uma dor latente, uma aflição constante. No entanto não conseguimos ficar parados, é melhor fazermos a coisa mais insignificante do mundo do que perdermos meia hora, que ficará às ordens do adversário...
Lutamos, sofremos, recuamos... Voltamos e persistimos... Delirando ensandecidos...
[...]
As palavras a serem ditas parecem finalmente querer escapar de nossa boca... O jogo dá sinais de encerramento... É a última jogada, a cartada final. Falar e vencer, ou calar e perder...
A verdade liberta, mas antes irá deixá-lo louco...