quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Vícios...

Vícios.... Todos somos viciados em alguma coisa. Não me refiro aos vícios ditos ‘clássicos’, tais como drogas e bebida. Me refiro aos pequenos e ínfimos gestos que tornam evidente nossa fixação por certas coisas mais abstratas. Há quem seja viciado em envolver-se em determinadas situações, fazendo de tudo para causá-las. Há quem não viva sem sentimentos específicos, e dia após dia procura alguém capaz de despertá-los. Tais vícios costumam passar despercebidos até o momento em que nos vemos sem o objeto de nossa obsessão. Enlouquecemos. Não admitimos nossa perda e iniciamos uma busca feroz pelo que desejamos. E quando falhamos na nossa tarefa, caímos em desgraça, perdidos, desorientados. E assim passamos dias, nos alimentando apenas das lembranças, das sensações que tanto queríamos reviver, sofrendo de uma abstinência quase intolerável ate para os mais fortes. Com o tempo nos acostumamos com a ‘ausência’, mas nunca deixamos de imaginar como seria se pudéssemos ‘ter’ novamente por um breve momento que fosse. Achamos então que estamos livres, que com nossas próprias forças derrotamos o monstro insaciável que vivia em nós. Mas não... Vícios como esses não são apagados ou extinguidos, eles apenas se calam esperando que a tentação seja demasiada grande que nos faça ceder. Ingênuos, cedemos, pensando poder controlar a situação, esquecendo que na medida em que o fazemos mais exigentes eles se tornam. Logo, nos vemos envolvidos, com braços e pernas atados suplicando por mais... Um interminável ciclo... ausência/presença... força/fraqueza... ódio/amor... Sempre que alimentamos um, o outro come as sobras...