terça-feira, 14 de julho de 2009

Brinquedinho velho

Toda criança tem um brinquedo velho preferido. Aquele que resiste a todas as limpezas de armário e caixas de doação. Um brinquedinho que, apesar de ficar no fundo da bagunça, ela não esquece. Um brinquedo que mesmo que ela já não brinque com tanta freqüência, ela não abre mão.
Não, não vou acusar a criança de egoísmo, ninguém nesse mundo está em posição de julgá-la assim. Ela adora se divertir com seu brinquedo movido a baterias, mas trocar as pilhas daquele outro às vezes à deixa fascinada. Ela fica deliciada brincando com a boneca linda e bem articulada, mas acha aquela boneca rígida e sem expressão simpática. Ela ostenta os melhores brinquedos, mas quando não tem ninguém por perto ela se sente completamente tentada a brincar com seu brinquedinho velho, ele a faz sentir-se bem. Talvez ele não tenha sido seu primeiro brinquedo, mas foi o único que a tinta ainda não descascou. Pode não ser o melhor, mas ela reconhece seu alto valor, e sabe que existem pessoas que o vêem como novo. É como se ele fizesse parte permanente da sua vida, ela não pode simplesmente ignorá-lo. Ele pode não ter sido o único a ser quebrado por descuido, mas foi o único que ela quis consertar, mesmo que algumas partes tenham se perdido para sempre. Às vezes ele é a última opção de divertimento, mas nunca deixou de ser uma opção, nem deixará de ser...
Talvez, ser um pequeno brinquedinho velho não seja tão ruim assim...