quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

NEVERMORE!

É difícil falarmos de traição... Nunca se sabe quando vamos ser apunhalados pelas costas. Nunca sabemos quando vamos nos deparar com toda uma trama de mentiras que culmina na destruição da nossa auto estima, nossa confiança no outro e nossa vontade de seguir em frente. A última coisa que queremos é refazer todo o caminho percorrido, reparando os erros e estabelecendo alicerces para o futuro que chega sem piedade. Ficamos sem chão... Inconsoláveis... A raiva que queremos sentir, não conseguimos... Até esta parece ser demasiada boa pra se oferecer ao Escariotes de nossas vidas. Sozinhos, tentamos gritar palavras de ofensa, mas elas se prendem na nossa garganta e o que sobra é um gemido, um lamento transformado em lágrimas.... Choramos... Choramos porque sabemos que nossa dor é ignorada. Choramos porque sabemos que não importa o que façamos, nada mudará o que aconteceu. Nos sentimos sujos, excluídos, envergonhados por acreditar tanto em alguém tão hipócrita e mesquinho... Tentamos esquecer, procuramos outras pessoas na inútil e mais desesperada tentativa de amenizar nossa dor. O ar fica escasso... o coração apertado... sentimos que a angústia é tão grande que seríamos capazes de derramar nosso próprio sangue, só para vê-lo escorrer... Um grande espetáculo vermelho...rastejando pelo nosso corpo... e por fim descansando no chão, de onde temos a sensação que nunca mais vamos levantar...
'His voice was soft and very slow
As he quoted The Raven from Edgar Allan Poe:
“and my soul from out that shadow
that lies floating on the floor
shall be lifted?
Nevermore…”'
(Vincent Malloy - Tim Burton)